AS MULHERES NA REVOLUÇÃO FARROUPILHA

Como foi a participação das mulheres na Revolução Farroupilha?

Aluna: Larissa Marques Tavares
8B

Quando começa o século XIX, as mulheres brasileiras, em sua grande maioria viviam enclausuradas em antigos preconceitos e imersos numa rígida indigência cultural. Urgia levantar a primeira bandeira, que não podia ser outra senão o direito básico de aprender a ler e a escrever (então reservado ao sexo masculino). A primeira legislação autorizando a abertura de escolas públicas femininas data 1827, e até então as opções eram uns poucos conventos que guardavam as meninas para o casamento, raras escolas nas casas das professoras, ou o ensino individualizado, todos se ocupando apenas com as prendas domésticas. E foram aquelas primeiras (e poucas) mulheres que tiveram uma educação diferenciada, que tomaram para si a tarefa de entender os benesses do conhecimento. Às demais companheiras, abriram escolas, publicaram livros, enfrentaram a opinião corrente que dizia que mulher não necessitava saber ler nem escrever.

Além da mulher naquela época não poder ter um ensino ou qualquer liberdade, elas eram as que mais sofriam. Pois ficavam em casa sem saber se seus maridos e/ou filhos voltariam para casa vivos. E por isso elas eram pai e mãe ao mesmo tempo. Eram lavradoras, negociadoras e ainda donas de casa.


Em 1878, Josefina Álvares conseguiu encenar sua peça "O voto feminino", no teatro Recreio, depois publicada em livro, o que faz dela uma das primeiras mulheres a defender o direito do voto e à cidadania no país. e são dessa época (1899) as primeiras notícias de brasileiras fazendo cursos universitários no exterior e no país. E a cada nova advogada à imprensa feminista expressava seu regozijo pela importante vitória "sobre conceitos brutais da educação atrofiante, ainda infelizmente em vigor". Mas também à literatura, o teatro e a imprensa masculina se manifestavam, encarregando-se de ridicularizar às doutoras e insistindo que profissionalização das mulheres da classe alta e da classe média permanecia inalterada, pois esperava-se que elas se dedicassem integralmente ao lar e à família. Apenas às moças pobres estavam liberadas para trabalhar nas fábricas e na prestação de serviços domésticos.


Muitos nomes se destacaram, entre eles o de Bertha Lutz (1894-1974) formada em Biologia pela Sarbonne; que vai se tornar uma das mais expressivas lideranças na campanha pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre homens e mulheres no Brasil. Fundou à federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que se disseminou em praticamente todos os estados e resistiu por quase 50 anos. Também Maria Lacerda de Moura (1887-1945) estava iniciando sua luta pela "libertação total da mulher", com a publicação de "Em torno da educação", em 1918, que reafirma a instrução como fator indispensável para à mulher transformar sua vida. Era adaptado amor livre, a favor da Educação Sexual e contra a moral Vigente. Seu livro, "A mulher é uma degenerada?", teve três edições dese 1924, tal à repercussão e a polêmica que alcançou nos meios letrados do país. Escritora lúcida, inteligente e engajada, Maria Lacerda desafiou e enfrentou à sociedade de seu tempo, mantendo-se sempre integra e coerente. A partir dos anos de 1990, à medida que a revolução sexual era assimilada à vida cotidiana, às bandeiras feministas sofrem com a gradual acomodação de militância e o arrefecimento de uma história que começava a ser escrito.


Em tempos de globalização selvagem, em que os saberes instituídos parecem ter à textura da areia movediça, tal seu caráter difuso e maleável, feministas continuavam assimilando novidades trazidas do exterior, subdivididas em interesses fragmentados das comunidades acadêmicas, e permitem que o feminismo saia dos holofotes e se dilua em meio aos estudos culturais ou estudos gays.



Feminismo e Literatura no Brasil

Mulher, Mulheres

Lima Duarte, Constância

Vol. 17

São Paulo, 2003.


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